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Agora sou esposa, mãe, completa! Mas continuo minha... Sempre!
Hoje, enquanto gesticulavas e barafustavas comigo num tom muito invulgar em ti - pessoa sempre tão cheia de pose num mundo pomposo que criaste na tua cabeça - eu, sentada na minha cadeira não me dando nem ao trabalho de me levantar e ficar ao teu nível (?), olhava-te e sentia apenas uma coisa: pena...
Normalmente as pessoas que me atingem a "tiro" não podem esperar que me defenda com simples pedrinhas. À sua espera têm sempre uma metralhadora minimamente a postos e posteriormente todo um arsenal para a guerra que criaram. No entanto tenho alturas, como hoje, em que prefiro dizer o mínimo quando se dirigem a mim de forma agressiva ou conflituosa.
Quem me conhece sabe bem que não sou de criar problemas e não fossem os fumos fazerem-me mal ou não frequentar festas meio alucinantes e era toda eu peace & love and make love not war com roupas de cores vivas e bandeirinhas alusivas a visões que só as conseguimos com alucinogénos ou através de caleidoscópios. Pessoalmente só quero estar bem com o meu "Jacinto", ter o meu trabalho e viver pacificamente sem que notem a minha presença mas também tenho uma certa predisposição a atrair ovelhas ronhosas (ansiosa por empregar o termo rosonha) ou pessoal mentalmente desiquilibrado.
Há uns anos pensava que isso só acontecia em certas fases da lua mas depois de ter entrado no mercado de trabalho e já com 7 anos de descontos para a Segurança Social - sendo que tenho 24 anos - tenho visto de tudo um bocadinho e sinceramente quando interferem com o meu trabalho - algo imensamente importante na minha vida - o caldo entorna-se. Mas lá está, nunca começo os problemas...
Uma coisa tenho a certeza, além de não ser conflituosa e má colega, não sou de certeza queixinhas e problemas com colegas é resolvido entre colegas - mesmo que não se resolva nada que deve ser o caso porque vou dar de barato às crises de meia-idade que esta gente tem e se sentirem tristes por não saberem da minha vidinha - e nunca por nunca ser vou a correr falar com o chefe dizendo que fulano ou beltrano fizeram isto ou aquilo... Não... Assim como tudo resolvo com a pessoa em questão...
No entanto sei porque a confusão estalou... Sua Madame não gostou que eu chamasse a atenção do seu protegido o menino Helder Queque... Mas lá está ele interferiu no meu trabalho e eu tive de o avisar. Infelizmente o menino Helder, que para além de não ter responsabilidades na vida por aos 27 anos ainda depender da mãe para muita coisa, não tem tacto para compreender que o trabalho, nos dias que correm, quando falta é o mesmo que ficarmos sem oxigénio durante uns 5 minutos. Quando não há oxigénio durante muito tempo só se safam dois tipos de pessoas/animais: as que usam garrafas e as que têm uma grande caixa torácica e capacidade de armazenagem superior à maioria dos restantes... Em qualquer das hipóteses há limitações e a vida acaba sempre por ficar por um fio ou até mesmo terminar sem que lutemos por isso ou tenhamos auxilio de terceiros... Sendo que a mãe dele é uma garrafinha de oxigénio que vai pingando porque peito para armazenar quantidades de oxigénio suficientes por algum tempo ele não tem... Infelizmente eu, como a maioria dos que precisam, tenho de pensar que não há garrafinhas para todos e nem sempre possuímos uma caixa torácica para aguentar mais uns minutos...
Pelo que gozarem comigo e com o meu posto de trabalho não deixo, não senhor. Sou secretária/recepcionista e adoro porque o consegui por mérito, não dependo de ninguém e mediante toda a vida que levei no passado, tenho orgulho de me ter tornado na mulher que me tornei. Não tolero certas coisas e como li outrora num filme, posso servi-los mas não sou sua criada e muito menos perante um badameco que na categoria profissional é o mesmo que eu e mentalmente não pode nem sonhar com a minha sombra porque não tem capacidade para tal... Ora vendo-me carregada de pastas do outro lado do escritório, ouvir o telefone tocar - e quando toca a central quando eu não posso TODOS têm ordens para o fazer até o cão do guarda mesmo que só ladre - o menino vá de tentar encher a peitaça com o oxigénio que lhe resta e dizer-me com ar de gozo: "O seu telefone está a tocar..." e virou costas. Ora e eu claro passei-me e quando o apanhei a jeito, sem ninguém perto porque não sou de circo cheio de gente na plateia, disse-lhe que ali dentro até o patrão atende o telefone quando eu não chego a tempo e ele só teria de o fazer porque de todas as vezes que o dele toca sou eu que o atendo e o safo de ouvir do chefe e que esperava, como bom colega que achava que era, fizesse o mesmo por mim mas que se preferisse gozar com o meu trabalho que iriamos ter problemas porque com o meu trabalho ninguém interfere... Disse que não sabia que me iria ofender. "Não me ofendeu a mim", disse-lhe, "Ofendeu o meu trabalho que é algo que não me cai nada bem" e aí chegou outra ave rara e a conversa ficou por ali.
Há coisas que não engulo muito bem nas pessoas e infelizmente estes dois, tanto o menino Helder Queque como a Matrafona Cagona, têm em exagero: mania da grandeza apesar de não terem onde cair mortos, acharem que são imensamente queridos apesar de virarem costas e todos lançam confettis e balões e serem pedantes no mau sentido. Ela chegou ao cumulo de falar muito mais comigo porque o meu "Jacinto" é engenheiro mas quando veio cá a casa numa qualquer oportunidade para ver o meu cão, achou que a nossa casa era humilde demais e que não fazia frente à sala de 40m2 que a dela tem... Não viu ela a cozinha que na altura estava tipo campo de guerra por o cão ter ficado lá trancado uma tarde toda sem brinquedos decentes, ainda diria que vivia numa pocilga... Aliás, para o meu "Jacinto", ela sempre foi toda sorrisos e salamaleques... O Sr. Eng.º Mal Empregue na Secretária. Bom a minha mãe pelo menos pode dizer que tem um genro engenheiro, porque a mãe da Matrafona costumava dizer que a filha era casada com um "lá de cima", no entanto quando voltaram à terra por a empresa ter ido por água abaixo, o "engenheiro" tentou meter-se em todos os tachos possiveis para manter o nivel de vidinha e claro de engenheiro só alcunha...
O Helder vai de férias - vivesse eu com a minha mãe e só pagando o meu tabaco também estava sempre de férias - e vem com a pen cheia de fotos em que aparecem algumas da namorada em bikini para mostrar aos colegas de trabalho. Quando o questionei se mostrava as fotos da namorada em bikini aos nossos colegas homens e se lhe tinha pedido autorização para isso ainda se sentiu ofendido. Quando me entregou a pen fui a correr para a minha secretária, enfiei-a no pc, abri a pasta olhei para as miniaturas 3 segundos, deu para ver a fulana em bikini e 400 fotos só dele tiradas por ele, fiz um café e entreguei-lha. Claro que percebeu que não vi porra nenhuma... Já a Matrafona levou a pen para casa para ver melhor... Aquilo foi tema de conversa durante dias a fio porque para ela, quem viaja com frequencia, é digno da sua atenção.
No entanto sua Ex.ª é tão cagona acha-se tão bem formada e de boas famílias, que deixa pingos de urina na sanita. Todas as colegas quando usam o wc limpam, tornam a limpar e no fim deitam wc pato e passam o piaçaba de forma a desinfectar a sanita e todas poderem usufruir da limpeza da nossa casa de banho. A fulana parece um homem sem pontaria. Já pensei que seja "traveca", Deus me perdoe...
Mediante todo este cenário, que me passou pela cabeça enquanto ela me chagava a mioleira, tive apenas um sentimento: pena... Pena porque são uma cambada de tristes e as coisas bonitas da vida passam-lhes ao lado. São pedantes só no mau sentido porque no que toca a outros assuntos da vida, outros promenores são meras cavalgaduras sem vontade que a vida os ilumine.
Em resposta ao que me perguntaste, se não tenho vontade de aprender, repito o que te disse: sempre, porque estou sempre sedenta de informação. E agora acrescento: mas quando o emissor sabe transmitir a mensagem...
Contigo é impossivel porque ainda não aprendi a traduzir-te quando grunhes, minha grande porca!
Felizmente tenho um chefe, apesar das suas birras, que se levanta da sua secretária, dirige-se a mim e diz-me que precisa imenso que eu ali esteja, que faço muita gente roer-se. Claro que amanhã, se for preciso, diz-me que sou uma nulidade e que não sei fazer nada do que ele quer... Mas no fim do dia, mais descomprimido, e após lhe fazer ver a forma como me tratou, vira-se e diz-me "Oh minha flor......" Há coisa mais bipolar que isto? Por estas e por outras volta e meia e tomo alprazolam a meio da semana quando há crises das grandes e acho que chegando a casa posso arrasar com tudo. Assim vou mocada e o mundo é fantástico!
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