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Agora sou esposa, mãe, completa! Mas continuo minha... Sempre!
Na minha perspectiva somos 3 identidades. O Bem, o Mal e a mistura dos dois. Somos 3 entidades num só corpo. Temos as qualidades que advêm do Bem, os defeitos do Mal... E usamos essas qualidades e defeitos em alturas da nossa vida. Reivindicamos direitos, muitas vezes declinamos os deveres e assim vamos vivendo. Nem sempre a preto ou branco, mas muitas vezes a cinzento... Ou no meu caso, a cor de rosa choque...
Somos uma massa fisicamente presa aos prazeres terrenos e raramente alcançamos prazeres espirituais. Prazeres esses que vêm muitas vezes ao olharmos para algo e deixarmo-nos elevar e levar para os confins da mente humana até à morada da nossa alma. De coisas que nem todos acreditam mas quase todos já tiveram provas que existe mas que as não querem ver.
Não sei porque estou a escrever isto. Simplesmente me deixo levar e vai fluindo. Esta força que emana dos meus dedos que batem o teclado de forma rápida e quase sem vacilar. Coisas que não se explicam mas saem de mim. Com a rapidez da luz, de um missil que segue rota para atingir o seu alvo...
Não sei ainda quem sou. Não sei o que faço aqui. Mas sinto-me especial... Como todos tenho Deus e o Diabo dentro de mim. Eles fundem-se num só e formam a pessoa que sou. Deus prevalece na maioria das vezes, mas o Diabo, na sua forma subtil de aparecer quando menos esperamos, arranha quem se aproximar. No fundo não sei se também ele não me protege. Quem sabe se não serão os dois a fazerem-no? Um protege-me contra o próprio Diabo e este protege-me contra o Homem que se quer aproveitar de mim na minha fragilidade.
Esta sou eu. 3 identidades que se fundem. O Bem, o Mal e o lusco-fusco de mim. E amo-me. Amo-me como nunca me amei antes. Porque inspiro, sorvo e toco a vida que antes em nada me inspirava, se não a morte do ontem, do hoje e do amanhã que nunca mais chegava na bruma da madrugada.
A varanda, por baixo dela onde as beatas dos pensamentos se aglomeravam noite após noite, em que se pensava na vida. A um canto, o meu canto, onde tantas vezes me sentei de casaco de pêlo, coçando o nariz gelado, pensando no que fazer. Ao meu lado, a pedra, a mortalha, o tabaco e o isqueiro. Na altura eram mais 4 entidades presentes na minha vida. Era consumida pelas 7... Todas elas se agitavam dentro de mim. Todas elas queriam sair vencedoras... Mas enfraqueci algumas.
Por detrás da janela, o quarto. Sala de fumo, sala de dor, sala de cortes de alma e corpo. O meu quarto. Onde enriquecia o meu mundo com desenhos e escrita revoltos, negros e cor de rosa... Porque? Porque só via a vida dessa forma... O preto, cor de luto e de dor, o rosa a cor das alucinações, do belo, da imaginação...
Do lado de lá da porta, o mundo que não se quer ver, muito menos interagir com ele. Porque é doentio. Faz mal. Prefere-se o colo de coisas nocivas que o colo daqueles que nos formaram como pessoas. Porque se dá um abraço ao corpo inerte pelo silêncio, para depois se dar uma bofetada na alma daqueles que quase já nao a têm.
Hoje fico por aqui... A vitalidade dos dedos sofreu uma pequena quebra...
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